Sustentabilidade da Economia Solidária é tema de Seminário da INTES

Foi realizado no anfiteatro do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH), nos dias 22 e 23 de setembro, o VII Seminário de Economia Solidária INTES/UEL com o tema “Sustentabilidade da Economia Solidária”. O evento também contou com o VI Seminário do Programa Municipal de Economia Solidária; o I Seminário de Economia Solidária da Cáritas Arquiodisesana de Londrina; o I Fórum Regional de Economia Solidária.

Na abertura, Ademar Bertucci, representante da Coordenação Nacional das Cáritas Brasileiras e da Coordenação Nacional do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, ministrou a palestra “Economia Popular Solidária: Experiências e Organização Política”, dando uma panorâmica do surgimento e do desenvolvimento da Economia Solidária (ES) no Brasil. Na UEL, a ES é o foco de atuação da Incubadora de Empreendimentos Solidários (INTES), que tem como objetivo aproximar a universidade dos trabalhadores excluídos do mercado formal de trabalho ou em condições precárias de trabalho, por meio de apoio técnico à cooperativas, associações, grupos de trabalho coletivo, etc.

A ES é um novo modelo econômico em que o desenvolvimento constitui-se a partir da organização econômica baseada no trabalho associado, na autogestão, na propriedade coletiva dos meios de produção, na cooperação e na solidariedade; além da articulação em redes de produção, comercialização e consumo solidário. Assim, valoriza-se a produção e o mercado consumidor local. Dentro desta perspectiva, o desenvolvimento passa a se basear em novos paradigmas como a Solidariedade, a Sustentabilidade e a Territorialidade.

Ademar Bertucci destacou a importância do princípio da territorialidade, de explorar o espaço nacional a partir de estratégias territoriais de desenvolvimento, com identidades, limites e soluções partilhadas entre Estado e sociedade. Durante a palestra, Ademar Bertucci listou os acontecimentos históricos que deram início às práticas de Economia Solidária, como cooperativismo e o sindicalismo ingleses do Século XIX. O destaque para a consolidação da ES foi o Fórum Social Mundial em 2000, que gerou algumas conseqüências como a criação, em 2001, do GT Brasileiro de Economia Solidária.

Já na história recente da ES no Brasil, destacam-se a valorização de redes solidárias de produção, comercialização e consumo; o associativismo e o cooperativismo na organização da agricultura familiar; as políticas públicas de economia solidária e os fóruns e redes de economia solidária. Bertucci, que já esteve presente anteriormente acompanhando o a organização das redes, destacou que, há seis anos, as redes de Economia Solidária vêm se fortalecendo no estado. “É um privilégio estar aqui, acompanhando o processo no Paraná. Os fóruns têm que se aproximar, por isso a importância de fóruns regionais”, disse.

Segundo Ademar Bertucci, o que vem ocorrendo no Paraná ajuda a fortalecer o Fórum Estadual, partindo da mobilização em 2010 e com a criação do regional da Cáritas. “É uma força muito maior, que está dando outro fôlego à ES e estamos com expectativas”.

Secretário Nacional

Como parte da programação do VII Seminário de Economia Solidária, o Secretário Nacional de Economia Solidária, Paul Singer, falou sobre a importância do ramo no país atualmente. A palestra “Economia Solidária no Brasil: Lutas e Resistências” aconteceu no Anfiteatro do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH) na tarde do dia 22 de setembro.

De acordo com o palestrante, a Economia Solidária no Brasil vive um momento de auge, com mais da metade dos estados do país elaborando projetos e programas que envolvam o assunto. Paul Singer citou também o programa do governo federal “Brasil Sem Miséria”, que busca a erradicação da miséria através de ações que envolvam a Economia Solidária e projetos
sociais. O palestrante explicou que a Economia Solidária atua como uma forma de inclusão produtiva, e um dos desafios é o resgate das pessoas em comunidade, minimizando, assim, as mudanças drásticas que podem acontecer.

Durante a palestra, programas que envolvem cooperativas de catadores de lixo em Londrina e até mesmo cooperativas sociais de egressos de manicômios distribuídas pelo país foram citadas como exemplos bem sucedidos de empreendimentos da Economia Solidária. Também foram levantadas questões a respeito de projetos de lei em tramitação que definem a Economia Solidária como política púbica e a criação de um Fundo Nacional de Economia Solidária.

Em relação ao evento, Paul Singer afirmou que a “contribuição das universidades é vital para o aumento de produção e da melhoria dos quadros de Economia Solidária”. Para concluir, o palestrante citou o trabalho coletivo, a luta pelo desenvolvimento sustentável e a auto gestão como os pilares da Economia Solidária.

Os produtos comercializados pelas redes de produção de Economia Solidária em Londrina podem ser conferidos no site www.projetoprosol.com.br.

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